
“Desenhada” na foz do rio Minho Caminha tem tido graças ao seu posicionamento geográfico um forte crescimento ao nível do turismo, especialmente no Verão, onde milhares de turistas procuram a tranquilidade das suas praias ou a aventura na Serra d' Arga, um enorme manto verde que como que protege a vila.

No primeiro aspecto são populares os areais de Moledo e Vila Praia de Âncora, duas das 20 freguesias do Concelho de Caminha, sem esquecer a praia do Camarido bem posicionada no local onde o Minho (rio) beija o Atlântico (oceano). Aliás, o Camarido não é só um local para os amantes dos banhos de sol, já que aqueles que preferem a sombra das árvores também aqui podem usufruir de um tempo bem passado, visto a praia ser envolvida pelo imenso pinhal do Camarido. E depois de um belo dia de praia ou de campo nada melhor que uma noite bem passada no centro da vila, começando o nosso serão na movimentada (sobretudo durante a época balnear) Praça Conselheiro Silva Torres, onde nos podemos deliciar com a saborosa e inigualável gastronomia minhota num dos muitos restaurantes ali instalados, e terminando já noite alta num dos bares da sempre animada e jovem Rua Direita, uma simpática artéria medieval.

Pela sua beleza histórica a zona central de Caminha é a que mais me entusiasma, muito em particular aquele que eu classifico como o seu monumento de maior beleza e simbolismo: a Torre do Relógio. Trata-se de uma torre de menagem datada do século XIII pertencente ao já desaparecido Castelo Medieval de Caminha, sendo esta a única torre intacta que resta do referido castelo. Não posso igualmente deixar de frisar o belissímo Chafariz do Terreiro “plantado” em plena Praça Conselheiro Silva Torres, um monumento datado do século XVI que apresenta uma arquitectura de tipologia renascentista e que hoje em dia assume um forte papel decorativo da referida praça. Este é aliás um espaço que respira história, sendo de realçar ainda a Casa dos Pita, uma espécie de palacete com dois pisos datado do século XVII.

Um pouco mais distante da Praça Conselheiro Silva Torres ergue-se a imponente Igreja Matriz de Caminha, que com uma tipologia gótica, manuelina, renascentista e barroca é um ponto de visita obrigatório de quem visita a vila. De sembelante um pouco mais triste corre ao lado de Caminha o rio Coura, posicionado num local mais recatado e escondido da vila, em meu entender, mas que mesmo assim não é esquecido pelos atletas do Sporting Clube Caminhense, um dos maiores emblemas do remo nacional, que ali desenvolvem a sua actividade.

Com o papel de actor principal está claro o rio Minho, uma fronteira natural entre Portugal e Espanha, e aqui reside quanto a mim um dos atractivos mais curiosos da vila, o facto de podermos fazer a travessia de um país para o outro a bordo do popular e velhinho “ferry-boat” baptizado de Santa Rita de Cássia, que nos embala nas tranquilas águas do Minho desde Caminha até La Guardia, a simpática cidade espanhola situado do outro lado da margem. Não menos simpáticos são os passeios pela marginal do Minho ao pôr-do-sol, contemplando o “descanso” dos pequenos barcos dos pescadores locais no azul leito do principal rio desta ímpar vila minhota.
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