"Postal" da Ria de Aveiro, onde repousam os seus barcos moliceiros
Já dizia Raul Brandão na sua notável obra literária "Os Pescadores" que... «Ninguém aqui vem que não fique seduzido, e, noutro país, esta região seria um lugar de vilegiatura privilegiado. É um sítio para contemplativos e poetas: qualquer fio de água lhes chega e os encanta».
Uma bela e simples caracterização da não menos bela - eu diria mesmo encantadora - cidade de Aveiro, situada na região centro de Portugal, e que tem na ria que nela se entranha o monumento natural de maior beleza, e que lhe confere o título de Veneza Portuguesa. Quem com ela trava conhecimento é quase impossível não se deixar apaixonar... logo à primeira vista, tal como comigo aconteceu. A zona central de Aveiro, onde a ria assume o papel principal de uma bela história de amor, é um dos postais mais bonitos de todo o continente português. Os (barcos) moliceiros que deslizam sobre as águas do canal principal da ria fazem-nos lembrar as gôndulas venezianas, constituindo desta forma um dos principais cartões de vista desta localidade lusitana. Situada numa região de montanhas sulcadas por vales e planíces lagunares, banhadas pela ria (que se estende até ao mar numa distância de 45km), Aveiro teve ao longo da sua longa vida na produção de sal e no comércio naval as suas principais ferramentos de desenvolvimento.
Demonstração da apanha do moliço na ria
Graças ao moliço, vegetação aquática que abunda na ria, apanhada pelos famosos moliceiros, os barcos criados para esse efeito, os aveirenses conseguiram ao longo dos séculos transformar áridos areais em férteis terras de cultivo de sal. Foi pois o sal que transformaria Aveiro a partir do Século X num importante centro marítimo e comercial. A produção de sal conheceu um assinalável abrandamento já nos séculos XIX e XX, muito por culpa do progressivo assoreamento da barra. Foi um período muito difícil para uma cidade que tinha no sal a sua principal fonte de rendimento, fase complicada que só foi atenuada pela chegada do caminho de ferro em finais do século XIX.
As salinas aveirenses
Hoje em dia Aveiro é um dos principais destinos turísticos nacionais, sendo poucos os visitantes de além fronteiras que não perdem a oportunidade de conhecer esta bela localidade, que eu lamentavelmente, conheci mais ao pormenor à cerca de 2 ou 3 anos atrás.
Para a memória - minha e por certo de todos os que algum dia visitaram Aveiro - fica o obrigatório passeio no barco moliceiro (recordo com saudade o passeio realizado em família no verão de 2011, com a minha mãe, irmãs, e esposa) pelos canais da ria, onde se podem contemplar as tradicionais casas térreas revestidas a azuleio, outrora habitadas pelos salineiros e pescadores da região. Visita obrigatória merece igualmente a Sé de Aveiro, também chamada de Igreja do Convento de São Domingos (construída entre os séculos XV e XVIII, sendo de arquitetura maneirista, barroca, e modernista, a qual está classificada como monumento nacional desde 1910), ou o antiquissímo edifício do Teatro Aveirense, a casa em que Eça de Queirós habitou quando viveu por estas bandas, o Mosteiro de Jesus, entre outras relíquias arqutetónicas.
A Sé de Aveiro, também chamada de Igreja do Convento de São Domingos
Já dizia Raul Brandão na sua notável obra literária "Os Pescadores" que... «Ninguém aqui vem que não fique seduzido, e, noutro país, esta região seria um lugar de vilegiatura privilegiado. É um sítio para contemplativos e poetas: qualquer fio de água lhes chega e os encanta».
Uma bela e simples caracterização da não menos bela - eu diria mesmo encantadora - cidade de Aveiro, situada na região centro de Portugal, e que tem na ria que nela se entranha o monumento natural de maior beleza, e que lhe confere o título de Veneza Portuguesa. Quem com ela trava conhecimento é quase impossível não se deixar apaixonar... logo à primeira vista, tal como comigo aconteceu. A zona central de Aveiro, onde a ria assume o papel principal de uma bela história de amor, é um dos postais mais bonitos de todo o continente português. Os (barcos) moliceiros que deslizam sobre as águas do canal principal da ria fazem-nos lembrar as gôndulas venezianas, constituindo desta forma um dos principais cartões de vista desta localidade lusitana. Situada numa região de montanhas sulcadas por vales e planíces lagunares, banhadas pela ria (que se estende até ao mar numa distância de 45km), Aveiro teve ao longo da sua longa vida na produção de sal e no comércio naval as suas principais ferramentos de desenvolvimento.
Demonstração da apanha do moliço na ria
Graças ao moliço, vegetação aquática que abunda na ria, apanhada pelos famosos moliceiros, os barcos criados para esse efeito, os aveirenses conseguiram ao longo dos séculos transformar áridos areais em férteis terras de cultivo de sal. Foi pois o sal que transformaria Aveiro a partir do Século X num importante centro marítimo e comercial. A produção de sal conheceu um assinalável abrandamento já nos séculos XIX e XX, muito por culpa do progressivo assoreamento da barra. Foi um período muito difícil para uma cidade que tinha no sal a sua principal fonte de rendimento, fase complicada que só foi atenuada pela chegada do caminho de ferro em finais do século XIX.
As salinas aveirenses
Hoje em dia Aveiro é um dos principais destinos turísticos nacionais, sendo poucos os visitantes de além fronteiras que não perdem a oportunidade de conhecer esta bela localidade, que eu lamentavelmente, conheci mais ao pormenor à cerca de 2 ou 3 anos atrás.
Para a memória - minha e por certo de todos os que algum dia visitaram Aveiro - fica o obrigatório passeio no barco moliceiro (recordo com saudade o passeio realizado em família no verão de 2011, com a minha mãe, irmãs, e esposa) pelos canais da ria, onde se podem contemplar as tradicionais casas térreas revestidas a azuleio, outrora habitadas pelos salineiros e pescadores da região. Visita obrigatória merece igualmente a Sé de Aveiro, também chamada de Igreja do Convento de São Domingos (construída entre os séculos XV e XVIII, sendo de arquitetura maneirista, barroca, e modernista, a qual está classificada como monumento nacional desde 1910), ou o antiquissímo edifício do Teatro Aveirense, a casa em que Eça de Queirós habitou quando viveu por estas bandas, o Mosteiro de Jesus, entre outras relíquias arqutetónicas.
A Sé de Aveiro, também chamada de Igreja do Convento de São Domingos
Os habituais frequentadores de centros comerciais também têm um bom motivo para visitar Aveiro, já que aqui está edificado o único shopping construído a céu aberto de Portugal.
Fora de Aveiro (centro) podemos encontrar a reserva de dunas de S. Jacinto, e as praias da Costa Nova, famosas pelos seus pequenos palheiros (casas típicas) coloridos.
Outra das relíquias aveirenses é a sua gastronomia, em especial - pelo menos para mim - os deliciosos ovos moles, ou ainda as famosas caldeiradas de enguias.
Um "ângulo" da Ria de Aveiro, que por momentos nos faz lembrar Veneza